Hoje vamos abrir já as hostilidades em português de Portugal e chamar os bois pelos nomes, como é meu apanágio. Body Positivity pode-se traduzir na nossa língua por positivismo corporal e agrada-me muito mais a ideia de falar em português.
As minhas fontes até agora têm sido na língua inglesa, seja em livros, blogs, podcasts ou artigos publicados na Internet, por isso lanço a mim própria o desafio de passar a usar o português, sempre que possivel, porque aqui mais do que em qualquer lugar, as palavras importam.
Importa empregar as palavras no seu verdadeiro significado e sentido. Por exemplo, a palavra gordo/a é uma palavra com um peso considerável, passo o trocadilho. Na nossa linguagem corrente esta palavra limita-se praticamente a ser utilizada como um adjectivo com sentido pejorativo, apesar de na sua origem não seguir uma tendência negativa.
Na definição de quase todos os adjetivos coabitam a conotação negativa com a positiva, mas parece que no caso da palavra gordo/a nos esquecemos do outro lado, da parte em que também é sinónimo de fartura, abundância e fertilidade. Vão ao dicionário, está lá tudo. Também está lá que não é só um adjectivo, mas também é um substantivo, só para complicar um bocadinho mais a questão… mas dá que pensar…
Quando é que nós começámos a polarizar tanto a palavra gordo/a e a renegámos ao seu sentido mais negativo? Gordo, excessivo, com demasiado peso, sim… são sinónimos menos positivos mas não são os piores… e quando a seguir à palavra gordo, aparece tantas vezes o “eterno” demasiado... Demasiado gordo para isto, gordo demais para aquilo…Quão limitativo é ISTO? É que o discurso que temos sobre nós próprios tem importância e é diretamente influenciado pelo discurso vigente. Mas se não começarmos por alterar o nosso discurso sobre nós mesmos, como pretendemos então influenciar o discurso corrente e aceite pela sociedade em geral?
As minhas fontes até agora têm sido na língua inglesa, seja em livros, blogs, podcasts ou artigos publicados na Internet, por isso lanço a mim própria o desafio de passar a usar o português, sempre que possivel, porque aqui mais do que em qualquer lugar, as palavras importam.
Importa empregar as palavras no seu verdadeiro significado e sentido. Por exemplo, a palavra gordo/a é uma palavra com um peso considerável, passo o trocadilho. Na nossa linguagem corrente esta palavra limita-se praticamente a ser utilizada como um adjectivo com sentido pejorativo, apesar de na sua origem não seguir uma tendência negativa.
Na definição de quase todos os adjetivos coabitam a conotação negativa com a positiva, mas parece que no caso da palavra gordo/a nos esquecemos do outro lado, da parte em que também é sinónimo de fartura, abundância e fertilidade. Vão ao dicionário, está lá tudo. Também está lá que não é só um adjectivo, mas também é um substantivo, só para complicar um bocadinho mais a questão… mas dá que pensar…
Quando é que nós começámos a polarizar tanto a palavra gordo/a e a renegámos ao seu sentido mais negativo? Gordo, excessivo, com demasiado peso, sim… são sinónimos menos positivos mas não são os piores… e quando a seguir à palavra gordo, aparece tantas vezes o “eterno” demasiado... Demasiado gordo para isto, gordo demais para aquilo…Quão limitativo é ISTO? É que o discurso que temos sobre nós próprios tem importância e é diretamente influenciado pelo discurso vigente. Mas se não começarmos por alterar o nosso discurso sobre nós mesmos, como pretendemos então influenciar o discurso corrente e aceite pela sociedade em geral?
Penso que está na altura de repensar o uso de algumas palavras e conferir-lhes o seu real poder.
As minhas musas inspiradoras e percursoras do positivismo corporal tornaram esta palavra sua, reclamaram o seu poder ao utilizá-la para se descreverem de uma forma despojada mas empoderada. Eu sou gorda, sim e então? É apenas isto que afirmam. E no entanto, tanta polémica isto gerou e tanto macaquinho no sótão isto ainda causa.
Afinal porque é que podem chamar de gorda, com toda a legitimidade, para descrever o meu aspecto físico mas eu não posso usar essa palavra para me descrever?
Que horror! Diriam, essa palavra é demasiado forte! Tu não és gorda, és gordinha, és cheiinha, és fofinha, etc... Já saíram em minha defesa dizendo: tu não és gorda, tu estás gorda, é diferente! Mas não é diferente, eu sou gorda, meus amigos, esse facto é incontornável e a partir do momento em que passa a ser só mais uma característica da minha aparência física, abre-se um espaço para que cresça a autoconfiança, pois a partir desse momento posso passar a preocupar-me com o que realmente interessa e a investir em todas as outras características do meu ser.
Este processo de aquisição e reclamação das palavras vale para qualquer descritivo, seja gorda, seja outro qualquer mas aqui, a minha causa é esta. Gostaria que partilhassem comigo a vossa opinião sobre o empoderamento, através do uso das palavras e o que isso pode ou poderá significar na vossa vida. Grata por me lerem até aqui, que isto hoje foi um bocadinho sem filtros :)
No próximo post falarei do movimento neutralidade corporal, como prometido, até lá…
Não façam nada que eu não fizesse ;P
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